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Entre Pais e Filhos - Capítulo 02


Entre Pais e Filhos - Capítulo 02

Cena 01 - São Paulo - Caminho do parque - Tarde

Helena: Porque estavam demorando tanto?
Arthur: Por nada mãe. Besteira!
Murilo: O Arthur estava terminando de se arrumar.
Helena: Entendi. Esse meu filho, sempre muito vaidoso.
Arthur: A senhora sabe que gosto de me arrumar.
Helena: Sei bem filho. Sei bem.

Helena e os filhos seguem viagem e buscam Eduarda e Matheus.

Cena 02 - São Paulo - Parque - Tarde

Ao chegarem no parque Eduarda vê um casal homossexual e profere comentários racistas perto da família.

Eduarda: Aonde já se viu, dois homens namorando.
Arthur: Isso é super normal tia. A senhora está desatualizada.
Matheus: Não sabia que pensava isso mamãe.
Eduarda: Parem de ficar me recriminando. Eu sou livre para pensar como quiser.
Helena: E eles tem o direito de serem felizes.
Eduarda: Helena sempre muito liberal, mas chega desse assunto.
Arthur: Exato. Cada um com a sua vida, o importante mesmo é manter o respeito.
Helena: Isso mesmo filho.

Matheus fica surpreso e triste com a atitude da mãe. Ela não imagina que ela tinha tal opinião. Helena percebe o fato e resolve mudar de assunto.

Helena: Daqui a um mês será o aniversário dos nossos filhos. Deveríamos fazer uma festa para eles.
Eduarda: Eu não sei. O Matheus já está muito grandinho para festas.
Arthur: Para com isso tia. Nunca é tarde para festas.
Helena: O Matheus e o Murilo vão adorar.
Matheus: Está bem nítido que minha mãe não se importa com isso.
Murilo: Não exagera primo.

Matheus logo levanta da mesinha do parque e resolve andar para espairecer a mente.

Helena: Volte sobrinho.
Eduarda: Deixa ele Helena. Deixa ele.

Cena 03 - São Paulo - Casa de Alan - Quato - Tarde

Alan é um homem de trinta anos que tem uma filha chamada Ana de seis anos. Ele sofre até hoje pela morte da esposa Sandra, que deixou para ele a importante missão de cuidar da filha.

Ana: Papai, porque está chorando?
Alan: Por nada filhinha. Por nada.
Ana: Eu sei que o senhor sente falta da mamãe. Eu também sinto.
Alan: É tão difícil filha.
Ana: A mamãe está lá nas estrelinhas olhando para nós com o papai do céu.
Alan: Filha eu te amo tanto.
Ana: Eu também te amo papai.

Alan dá um forte abraço na filha.

Alan: Sabe qual foi o melhor presente que sua mãe me deu até hoje?
Ana: Qual papai?
Alan: Você filha. É o maior presente da minha vida.

Ana dá um beijo no pai.

Ana: Eu vou cuidar do senhor pela mamãe.
Alan: Eu cuido de você e você cuida de mim filha.
Ana: Pode deixar papai.

Alan enxerga no reflexo da filha, Sandra sua falecida esposa e percebe o quanto são parecidas.

Cena 04 - São Paulo - Apartamento - Sala - Tarde

Silvana é uma mulher de 35 anos casada com Luiz de 37 anos. O sonho do casal é ter um filho, mas Luiz não pode ter filhos e isso acaba trazendo problemas no casamento deles.

Luiz: Eu não tenho culpa se não posso ter filhos Silvana. Não tenho!
Silvana: Sei disso Luiz. A única coisa que quero é ter um filho, podemos buscar outros meios.
Luiz: Que outros meios?
Silvana: Podemos ir a uma clínica tentar um tratamento ou outra forma para que possa engravidar.
Luiz: Nós podemos adotar uma criança.
Silvana: A adoção é um gesto lindo de amor e solidariedade, mas eu sonho em engravidar.
Luiz: Ou adotamos ou não teremos um filho!
Silvana: Está sendo mesquinho Luiz. Pensando apenas em você.
Luiz: Não penso só em mim, mas não irei a uma clínica me expor.
Silvana: Isso tudo não passa de desculpas para esconder o seu pensamento machista.
Luiz: Chega Silvana. Chega. Não iremos mais conversar sobre isso.

Silvana sai irritada da sala batendo a porta, com raiva da atitude do marido.

Luiz: Que droga!


Cena 05 - São Paulo - Parque - Tarde

Matheus ficou muito chateado com a atitude da mãe e resolveu andar para pensar um pouco e no caminho encontrou seu amigo de faculdade.

Matheus: Marcos, você por aqui?
Marcos: Sim. Gosto de caminhar pela tarde e aproveitar os últimos dias de férias.
Matheus: Está certo. Falta só esse fim de semana.
Marcos: Exatamente. E você, o que faz por aqui?
Matheus: Vim em um passeio de família, mas acabei bravo com minha mãe.
Marcos: E por qual motivo?
Matheus: Parece que minha mãe não liga para mim as vezes.
Marcos: Como assim?
Matheus: Não faz questão de me ver feliz. As vezes ela é muito fria comigo.
Marcos: Existem várias relações entre pais e filhos, mas sempre têm amor. Isso têm.
Matheus: Ela gosta de mim, mas sei lá. Não sei explicar bem.
Marcos: Eu passei por isso. Quando me assumi gay para minha família, pensei que não me amavam, foram rudes comigo.
Matheus: Você é gay?
Marcos: Sim. Vai dizer que não sabia?
Matheus: Não sabia. Sério.
Marcos: Espero que isso não seja um problema para você.
Matheus: Não é. Pode ficar despreocupado.
Marcos: Que bom.

Marcos abre um sorriso para Matheus que retribui da mesma forma. Os dois resolvem fazer uma caminhada e continuam conversando sobre suas vidas e suas relações com seus familiares.

Cena 06 - São Paulo - Mansão dos Gonçalves  - Tarde

Regina é faxineira na mansão dos Gonçalves e trabalha para a família há muitos anos. Lá vivem Jorge e Carmen empresários importantes no ramo de cosméticos no Brasil e também as duas filhas do casal Melissa e Raquel. Em um café da tarde em família Carmen briga com a filha Raquel por a mesma faltar as aulas de balé.

Carmen: Filha liguei para sua professora e você faltou novamente a aula de balé. Qual é a explicação dessa vez?
Raquel: Mãe, a senhora sabe muito bem que odeio fazer balé.
Melissa: Você tem que dar uma chance ao balé irmã.
Carmen: A Melissa está certa. Você diz que não gosta, mas não dá uma chance a dança filha. Tem que tentar e se esforçar.
Raquel: Eu odeio balé. Eu já disse várias vezes. Vocês parecem que não me entendem.
Jorge: E o que gostaria de fazer filha?
Raquel: Gosto de praticar esportes pai. Futebol é minha grande paixão.
Melissa: Futebol?
Carmen: Filha minha não vai ficar igual homem jogando futebol por aí.
Raquel: Igual homem? Mãe, entenda que esporte não tem sexo. Eu sou livre para gostar do que quiser.
Carmen: Mas enquanto estiver em minha casa, vai fazer o que eu achar melhor para você.

Raquel fica indignada com as palavras da mãe e sai da mesa para o seu quarto.

Jorge: Você pegou pesado com ela Carmen.
Carmen: Ela precisa ouvir a verdade. Filha minha não vai ficar correndo atrás de bola, não vai mesmo.
Melissa: Regina pode limpar a mesa já, terminamos de comer.

Regina então limpa a mesa, após o lanche da família que terminou em briga entre mãe e filha.

Cena 07 - São Paulo - Parque - Tarde

Helena, Murilo, e Arthur decidem alugar bicicletas no parque e fazer atividades em família. Eles se divertem muito enquanto Eduarda apenas observa.

Eduarda: Essa Helena, pensa que tem vinte anos, não enxerga o papelão que está fazendo. Me poupe e me economize.

Cena 08 - Rio de Janeiro - Hospital de Santa Barbára - Quarto - Tarde

O homem misterioso que acordou do coma, e se depara com vários médicos olhando para ela no quarto do hospital.

Homem: O que aconteceu comigo?
Médico: O senhor sofreu um acidente a alguns meses e esteve em coma durante esse período.
Homem: Coma? Meses?
Médico: Foi um acidente de trabalho e o senhor ficou cinco meses em coma.
Homem: Meu Deus.
Médico: Infelizmente não conseguimos entrar em contato com nenhum familiar seu, apenas um amigo do trabalho veio te ver.
Homem: Eu não tenho família. Os perdi a muitos anos atrás.

Os médicos começam a fazer exames no homem para verem o seu atual estado de saúde.

Cena 08 - São Paulo - Parque - Fim de tarde

Arthur e os demais continuam andando de bicicleta. O rapaz começa a sentir tontura e fica com a vista embaçada durante o passeio.

Arthur: Meu Deus o que está acontecendo?

Arthur então fica com as vistas escurecidas e cai da bicicleta desmaiado. Helena ao ver o filho caído se desespera.

Helena: Filho!

Continua...





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