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Contracara - Capítulo 03



CENA 01 – CEMITÉRIO, DIA, EXT.
LETREIRO: DOIS DIAS DEPOIS.
  O cemitério está cheio na despedida de Alberto. Alice toda de preto e com óculos escuros, se ajoelha com uma rosa branca em mãos.
ALICE – Meu amor. Você me salvou uma vez e eu não pude te salvar... Me perdoe.
Eva junto ao marido.
EVA (fala para o marido) – Hipócrita! Ela está adorando que agora poderá ficar com tudo o que era do meu irmão.
MATEO – Eva, sua cunhada está sofrendo, pare com isso!
EVA – Se ela pensa que eu vou permitir está muito enganada. Eu vou destruí-la. Eu juro!
 A câmera se afasta vagarosamente da cena.

CENA 02 – HOSPITAL PÚBLICO, DIA.
  Marcos continua desacordado, agora em um quarto do hospital.
JULIANA – Quando ele vai acordar meu Deus?
CLAUDIO – Tenha fé mãe. Ele é forte, vai sair dessa. Agora eu preciso ir, não posso perder esse emprego.
JULIANA – Vá filho, precisamos desse dinheiro.
CLAUDIO – Tenha fé mãe.
  Ele beija a testa da mãe e sai.

CENA 03 – CEMITÉRIO, DIA.
  Todos já haviam deixado o local, menos Alice. Pepe aparece de surpresa.
PEPE – Pra que tudo isso meu amor? Não vai me dizer que o amava vai?
ALICE – Eu o amava sim... Talvez não como ele merecesse. Ele me salvou daquele desgraçado. 
PEPE – Escute bem meu amor, você é minha!
ALICE – Eu nunca serei sua. Como eu queria outra chance com o Alberto... Como eu queria fazer tudo diferente.
PEPE – Pena que ele está (ele se aproxima dela, e fala no ouvido) Morto!
  Ele sai, rindo diabolicamente.

CENA 04 – MANSÃO CAMPANA.
  Todos entram na mansão e se sentam na sala.
RICARDO – Que dia desgraçado!
EVA – Calma papai, o tempo vai curar essa ferida!
RICARDO – Primeiro sua mãe e agora isso...
TOM – Papai, eu e a Eva ainda estamos com você.
EVA – Isso mesmo.
  Um silêncio paira no ar.
EVA – Mas e agora papai? Como ficam as ações do Alberto?
TOM (a repreende) – Eva!
RICARDO – Como pode pensar em ações em um momento como esse?
EVA – Tem razão pai, me desculpa, não sei o que me deu.
  Ricardo caminha em direção a escada. Ele para no meio do caminho.
RICARDO – Mais saibam que antes de morrer, Alberto deixou um testamento.
 Ele sobe. Eva fica furiosa com a notícia, pois suspeita que Alice o tenha ludibriado.
EVA – Estão vendo? É tudo obra daquela mulherzinha. Mais ela não perde por esperar!

CENA 05 – GALPÃO ABANDONADO, ESCONDERIJO.
 Pepe caminha até o encontro de um homem.
PEPE – Como vai Escorpião?
ESCORPIÃO (vira a cadeira, revelando seu rosto) – Muito bem Patrício.
PEPE – Por favor, me chame de Pepe.
ESCORPIÃO – Tudo bem, “Pepe”. Como anda nosso plano?
PEPE – Absolutamente perfeito!
ESCORPIÃO – Pois bem, é hora dela dar o próximo passo.

CENA 07 – INTERIOR DE SÃO PAULO, FEIRA DA CIDADE.
 Juliana caminha pela feira da cidade em busca de plantas medicinais para o marido. Ela passa frente a tenda de madame Gilda. Ela é abordada por uma mulher.
MADAME GILDA – Você, tome cuidado.
JULIANA – Me desculpe a senhora deve estar me confundindo.
MADAME GILDA – A morte jogou com o seu destino. Sua vida nunca mais será a mesma.
JULIANA – A senhora é louca, sinto muito eu tenho que ir...
 Ela sai.
PEDRO – Madame Gilda o que aconteceu? Por que abandonou os clientes. 
 Gilda volta em si.
MADAME GILDA – Eu não sei... Aconteceu algo estranho, como se eu não fosse mais eu... 
PEDRO – Pois vamos Madame, ou não vamos conseguir dar o golp-, digo ajudar os clientes.
MADAME GILDA – Entre e avisa que já estou indo.
PEDRO – Tá bom.
  Ele entra. Gilda fica intrigada com a sensação que sentiu.

CENA 07 – MANSÃO CAMPANA.
 Alice chega em casa.
EVA – Olha só, a viúvinha chegou.
ALICE – Eva agora não por favor!
  Ela sobe as escadas mas Eva a interrompe.
EVA – Eu a subestimei não é? É claro que você obrigaria meu irmão a fazer um testamento deixando tudo pra você.
 Alice para e a encara.
ALICE – Eu nunca pediria isso a ele. Ao contrário do que pensa, eu o amava.
  Ela sobe.

CENA 08 – GRUPO CAMPANA.
FLASHBACK ON.
LETREIRO: ALGUM TEMPO ATRÁS.
 Ricardo e Alberto discutem um novo projeto para a empresa. Ricardo percebe que o filho está com o pensamento longe.
RICARDO – Alberto? Você está me escutando?
ALBERTO – Claro pai, eu só...
RICARDO – Eu preciso que se concentre nesse projeto. Ele pode dar ótimos frutos para a empresa.
ALBERTO – Pai eu quero fazer um testamento.
RICARDO (Surpreso) – O quê? Alberto por favor, você ainda é jovem pra isso.
ALBERTO – Eu sei e espero não morrer tão cedo. Mais caso aconteça algo comigo, quero deixar minha esposa protegida.
RICARDO – Aquela mulher te pediu isso?
ALBERTO – Claro que não, é uma decisão minha.
  Eles se encaram. 
  FLASHBACK OFF.

CENA  09 – CLÍNICA DE FISIOTERAPIA, DIA.
  Tom acaba de realizar seus exercícios. Ele e Clara saem.
TOM – Não aguento mais isso... Fazer fisioterapia em vão. Eu nunca vou andar normalmente.
CLARA – Deixa de ser pessimista Tom.
TOM – Essa é a verdade Clara. Eu nasci assim e não tem como mudar isso. Eu nunca vou ser o homem que você precisa.
CLARA – Você já é!
   Eles se beijam.

CENA 10 – HOSPITAL PÚBLICO, INTERIOR DE SÃO PAULO, NOITE.
  Juliana cochila ao lado de Marcos. Claudio chega.
CLAUDIO – Mãe... Você está cansada, vai pra casa que eu fico com o papai.
JULIANA – Eu estou bem filho...
  Marcos começa a se mexer desesperadamente. Logo adentramos seu pensamento e as memórias de Alberto invadem sua mente, assim como sua alma. 
JULIANA – Meu Deus, o que está acontecendo?

CENA 11 – MANSÃO CAMPANA, JANTAR, NOITE.
  Todos estão na mesa. Alice desce e se junta a eles. Novamente um silêncio paira no ar.
RICARDO – Antes de tudo, eu gostaria de ler o testamento que ele deixou na frente de todos, para que todos saibam sua última vontade.
ALICE – Ricardo se quiser deixar pra outro dia...
RICARDO – Está tudo bem Alice. Vou começar a ler.
“Eu, Alberto Campana, faço que conheçam a minha vontade por meio deste testamento, deixando minhas ações do grupo Campana e todos os meus bens materiais a minha esposa, Alice Fernandes Campana.”
 Eva bate na mesa.
EVA (inconformada) – Não! O Alberto estava louco, entregando a nossa empresa na mão dessa mulherzinha. 
MATEO – Para com isso Eva!
EVA (Encara Alice) – Você nunca vai fazer parte dessa família. Nunca!
  Ela sai da mesa. Mateo vai atrás dela.
  
CENA 11 – HOSPITAL PÚBLICO, NOITE.
 Os médicos tentam acalmar Marcos que se mexe euforicamente. O espírito da morte está no quarto. 
JULIANA (desesperada) – Me fala doutor o que está acontecendo com meu marido?
MÉDICO – Eu não sei, eu...
  Marcos acorda, abre os olhos e grita.
MARCOS – Nããããoooo!!!
Uma borboleta preta sobrevoa a tela, marcando o fim do terceiro capitulo.



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