Um tiro acerta o vidro da janela do carro. Assustados, Ricardo e Alice se agacham.
ESCORPIÃO (escondido) – Droga, esse desgraçado se safou de novo!
ALICE (assustada) – Meu Deus Ricardo, o que foi isso?
RICARDO – A morte do Alberto... Estão tentando acabar com minha família!
Seguranças aparecem. Escorpião encapuzado adentra o mato correndo.
CENA 02 – MANSÃO CAMPANA, NOITE.
Ricardo chega abraçado a Alice, ainda muito apavorada com a situação.
TOM – Pai o que aconteceu?
RICARDO – Calma filho, estamos bem, foi um atentado.
EVA – Quem será que está perseguindo nossa família? Não temos inimigos, eu não entendo.
MATEO – Acho que o senhor deve reforçar a segurança.
RICARDO – Claro Mateo, amanhã mesmo vou providenciar isso!
ALICE – Eu estou exausta, vou subir. Boa noite.
Alice sobe.
CENA 03 – GALPÃO, NOITE.
Escorpião despista os segurança e chega ao seu esconderijo. Com raiva pela tentativa frustrada, ele atira cadeiras ao chão.
ESCORPIÃO (Falando para si mesmo) – Não pense que vai se livrar assim Ricardo. Não pense...
CENA 04 – MANSÃO CAMPANA, QUARTO DE ALICE, MANHÃ.
Alice está dormindo. Ricardo bate a porta e ela acaba despertando.
ALICE – Só um minuto!
Ela veste um pijama curto, quase transparente. Sem se importar ela abre a porta.
RICARDO (a observa) – Oh perdão eu não sabia...
ALICE – Não me perdoe você Ricardo, nem me dei conta que ainda estava de pijama.
RICARDO – Eu só queria saber se esta bem depois do susto de ontem.
ALICE – Sim, estou bem, com um pouco de medo mas bem.
RICARDO – Não se preocupe, vou reforçar nossa segurança e assim que encontrar, quero que você tenha um guarda costas.
ALICE – Não se incomode comigo Ricardo, eu...
RICARDO – Segurança em primeiro lugar!
Eles se olham.
RICARDO – Estou indo pra empresa, tenha um bom dia.
ALICE – Você também!
Ele sai. No corredor vemos Eva que observava tudo.
CENA 05 – PARQUE, DIA.
Clara e Tom estão caminhando.
TOM – E então amor, você disse que tinha algo importante pra me dizer.
CLARA – Tom, eu não sei por onde começar.
TOM – Pode falar Clara.
CLARA – Lembra que meus pais queriam que eu fosse estudar no exterior?
TOM – Claro que sim, mas você disse que não iria.
CLARA – Eu fiz a prova, mas pensei que não seria aprovada. Hoje eles entraram em contato e daqui quatro dias eu vou pra Nova York.
TOM – O que?
CENA 06 – CLÍNICA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL, DIA.
Eva e Mateo entram na clínica.
RECEPCIONISTA – Bom dia!
MATEO – Bom dia, temos uma consulta marcada para minha esposa, Eva Campana.
RECEPCIONISTA – Só um minutinho.
Ela vai pra outra sala. Eva está mexendo no celular.
MATEO – Muito obrigado por aceitar meu amor, você sabe que ser pai é o meu maior sonho.
EVA – Pena que não pode ser de maneira natural...
Mateo fica cabisbaixo.
EVA – Me desculpa Mateo, você sabe que eu não quis dizer isso, eu não pensei que isso fosse te magoar.
MATEO – Tudo bem Eva.
RECEPCIONISTA – Senhora Campana, pode entrar!
Ela dá um beijo em Mateo e entra. Mateo aguarda.
CENA 07 – HOSPITAL PÚBLICO, INTERIOR DE SÃO PAULO, DIA.
Marcos está dormindo. Logo, em sua mente vemos imagens das lembranças de Alberto o invadindo. Ele desperta .
MARCOS – Meu Deus, eu preciso entender... Eu.
Ele se levanta e caminha até um espelho. Ele não se reconhece naquele corpo.
MARCOS (desesperado, gritando) – Meu Deus!!! O que é isso?!!
Ele pega um objeto e joga no espelho, o quebrando.
CENA 08 – GALPÃO, DIA.
Pepe entra enfurecido e vai até o Escorpião.
PEPE – Como você teve coragem? Você poderia ter acertado ela.
ESCORPIÃO – Ei, ei! Abaixa a bola aê.
PEPE – Eu já te avisei, se acontecer alguma coisa com ela, eu...
ESCORPIÃO – Você faz o que?
Eles se encaram.
CENA 09 – MANSÃO CAMPANA, QUARTO DE ALICE, DIA.
Alice está se arrumando para ir a empresa. O celular toca.
ALICE (ao telefone) – Alô? (ela se emociona ao ouvir a voz) Oi meu amor, você está bem? Eu te amo muito! Eu te amo! (a ligação cai)
Alice senta em sua cama e chora.
CENA 10 – HOSPITAL PÚBLICO, INTERIOR DE SÃO PAULO, DIA.
Já mais calmo, Marcos está na cama. Claudio está com ele.
CLAUDIO – Pai você precisa reagir. O médico disse que o acidente pode ter causado uma confusão em sua memória.
MARCOS – Por favor, entenda, eu não sou seu pai. Eu me chamo Alberto Campana, meu pai é Ricardo Campana, eu moro em São Paulo.
CLAUDIO – Pai, por favor.
Neste mesmo momento o noticiário destaca o atentado sofrido pela família de Alberto. Claudio para escutar.
REPORTER – A família Campana que a pouco tempo sofreu a perda do filho mais velho Alberto Campana, sofreu um atentado na noite passada. Um tiro misterioso quase atingiu Ricardo e a nora, agora viúva Alice.
*Imagens de Ricardo e Alice na televisão* Marcos olha fixamente o pai e a esposa abraçados.
MARCOS – Esta mulher, foi tudo culpa dela. Essa desgraçada acabou com a minha vida e ela vai me pagar!
CENA 11 – CLINÍCA DE FISIOTERAPIA, DIA.
Clara e Tom saem.
CLARA – Como você está se sentindo?
TOM – Olha Clara, você sabe o quanto eu gosto de você. Eu não posso impedir que você conquiste seu lugar, se você está certa que isso que você quer, eu te apoio!
CLARA (feliz) – Muito obrigada meu amor! Você é um cara incrível.
Eles se beijam.
CENA 12 – HOSPITAL PÚBLICO, INTERIOR DE SÃO PAULO, NOITE.
Juliana adormece ao lado de Marcos. Ele abre os olhos e se levanta para fugir. Ele sai do quarto e pega algumas roupas no armário de funcionários. Com um capuz na cabeça, ele sai do hospital rumo a busca por sua vingança.
Uma borboleta preta sobrevoa a tela, marcando o fim do capítulo.
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